O 20º Intercâmbio de Pesquisas em Linguística Aplicada, organizado pelo Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem (LAEL) acontecerá na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP), Câmpus Perdizes, São Paulo, SP, de 11 a 14 de novembro de 2015. O tema do encontro é As Múltiplas Faces da Linguagem.
Free book: Critical thinking in education:actual challenges–
Técnica da pirâmide discursiva ou bola de neve ( Snowball groups/pyramids)
Hoje, em sala de aula, trabalhei pela primeira vez com a técnica da pirâmide discursiva (também conhecida como snowball – bola de neve em português).Não é uma metodologia nova, mas foi a minha primeira experiência. Foi uma sugestão, “indireta”, do Prof. Brian Joyce (da Universidade de Ciências Aplicada, Escola de Formação de Professores na Finlândia (HAMK).
Prof. Brian Joyce- HAMK Finlândia
Eu digo indireta, pois na ocasião ele comentou o trabalho da minha amiga Sheylla Chediak e eu fiquei curiosa em conhecer a técnica. E você já ouviu falar sobre Pyramid discussion?
A Pirâmide discursiva é uma técnica baseada na troca de ideias ou soluções. É uma atividade oral que envolve os alunos em resolução de problemas em pequenos grupos. Ela estimula a prática de atos argumentativos em confrontos com ideias e opiniões.
Este método envolve a duplicação progressiva: os alunos primeiro trabalham sozinhos, em seguida, em pares, em seguida, em quatro, e assim por diante. Na maioria dos casos, depois de trabalhar em grupos de quatro, os alunos se reúnem para uma sessão plenária na qual suas conclusões ou soluções são reunidas ou apresentadas. Jordan (1990) fornece alguns passos para aplicabilidade desta técnica em sala de aula:
1-O professor produz alguma atividade problema. 2-O professor pede ao alunos individualmente para responder. 3-O professor divide os alunos em pares e, em seguida, os alunos discutem seus argumentos e pontos de vista até entrar em consenso . 4-O professor divide os alunos em grupo de quatro e pede que eles façam comparações das respostas e discutem novamente até encontrar um acordo. 5-O professor pede para cada grupo apresentar as respostas da atividade em curso. 6-Professor dá seu feedback para evitar mal-entendidos.
Variações:
Esta estrutura pode simplesmente ser usada para compartilhar ideias sobre um tópico, ou os estudantes serem obrigados a chegar a um consenso cada vez que fizerem um novo grupo.
Um relato de experiência:
Veja um exemplo da minha experiência explorando as imagens de um videoclip e trabalhando com a técnica da pirâmide.
Objetivo:
Oferecer sugestão de um design de atividade de letramento visual explorando o gênero videoclip para estimular o pensamento crítico dos alunos.
Pensamento Crítico & Letramento Visual
Williams (2007) recomenda que os estudantes tenham mais experiências com letramento visual na escola, pois o desenvolvimento de competências visuais aumenta tanto a capacidades de construção de significado e de pensamento crítico. Os educadores devem ajudar melhorar a “desconexão entre os textos que os estudantes têm em seu contexto dentro e fora da escola, para disponibilizar aos alunos as ferramentas de que necessitam para ser um bom leitor de textos visuais.
Mas como podem os professores ajudar os alunos a desenvolver o pensamento crítico usando o letramento visual?
Atividade visual crítica explorando as imagens do videoclip: Pretty Hurts
Pretty Hurts é uma canção da cantora norte-americana Beyoncé. A cantora abordou um problema bastante enfrentado pelas mulheres nos dias atuais, como: a pressão por se manter sempre nos padrões de beleza, bulimia, abuso das drogas e uso indiscriminado de métodos cirúrgicos…
O crítico, neste trabalho, passa a ser visto como uma análise procurando descobrir os interesses sociais e políticos na produção e recepção das imagens em relação aos efeitos sociais, culturais, de poder e dominação no contexto de vida real dos alunos.
Utilizando a técnica da pirâmide discursiva
1-Os alunos assistiram o videoclip usando os celulares do projeto ” laboratório móvel“.
2. A professora distribuiu uma atividade crítica visual impressa, mas essa atividade também está disponível no aplicativo “cell at school” . ( http://www.cellatschool.com).
Obs: este aplicativo é fruto da pesquisa da seleção CNPq Professores para o futuro entre Brasil & Finlândia. É um aplicativo personalizado do Instituto Federal do Piauí que conecta prática e teoria. veja AQUI mais informação sobre o aplicativo.
Atividade:
3. O professor reuniu a sala em pares para discutir as respostas. Depois que cada pessoa teve a oportunidade de partilhar as suas ideias, a dupla se juntou a outro par, criando um grupo de quatro.
4. Formado os grupos de quatro, mais uma vez os alunos compartilharam suas ideias com o novo par chegando a um consenso.
No final da técnica, a classe ficou unida em uma grande discussão.
Uma pequena conclusão:
Esta técnica promove o envolvimento dos alunos e ajuda a desenvolver a sua capacidade de expor as suas ideias. Não só os alunos aprendem a participar mas também tornam-se conscientes de que suas ideias estão fazendo parte de um grupo. É uma forma de expandir a variedade de concepções: a cada vez que o grupo se expande, uma nova idéia é avaliado, melhorando a qualidade do resultado global.
O que eu observei ao final deste processo, os alunos mais fracos podem se sentir um pouco mais confiante em falar. Eles ouviram novas argumentações dos pares e grupo. Além disso, eles não estão mais amarrados em suas ideias originais, eles já defendem um grupo e, alem disso, os alunos podem aprender novos vocabulários e novos atos de fala na interação.
5-Cada grupo fará apresentação na próxima aula ( parte II) e vamos utilizar a técnica da avaliação por pares.
O relato e as análises das falas dos alunos serão descritos na parte III